MEREDITH, BELEZA, INVEJA E MALDADE......PRIMEIRA PARTE
As pessoas são capazes de tudo para conseguir o que elas mais desejam você não acha? Imagine se você encontrasse o gênio da lâmpada e pudesse lhe fazer algum pedido especial, o que você pediria? E se esse gênio lhe oferecesse uma tarefa sórdida para que ele lhe concedesse o que você pediu? Agora imagine esse que esse gênio fosse uma criatura vinda do inferno? Você faria tal tarefa? A história que eu vou lhes contar aconteceu no inicio do século, em um vilarejo no norte da Inglaterra, próximo a cidade de Manchester, pode parecer bem normal no inicio, mas seu desfecho vai te deixar totalmente apavorado.
A jovem Meredith vinha de uma família de quatro irmãs todas já casadas, em que ela era a mais jovem e a mais encantadora de todas, sua beleza impressionava a todos desde pequena, sempre diziam aos seus pais que a filha era um anjo encarnado de tão linda. Seus pais trabalhavam para o homem mais rico da região, Lorde Theodore Patton, ele tinha sido general dos exércitos ingleses na primeira guerra mundial, era muito respeitado por todos e possuía grandes quantidades de terra na região, General Patton, como era chamado tinha um carinho especial pela família de Meredith, que já trabalhavam para ele a quase duas décadas, George pai da garota cuidava dos cavalos de Patton com grande habilidade, enquanto Vitoria a mãe era cozinheira da casa.
Lorde Patton tinha apenas um filho, ele tinha perdido sua esposa para a gripe espanhola pouco depois que ele retornou para a casa de sua missão na África, desde então se culpando por ter passado a maior parte da sua vida fora de seu lar, ele passou a se dedicar a criação de seu único filho, o jovem Artur Patton, um garoto inteligente e perspicaz, muito curioso e que dividia seu tempo entre os afazeres da propriedade e seus estudos na escola de direito da prestigiada Universidade de Manchester.
Artur era noivo de Flora Evans, filha de um industrial rico da cidade de Liverpool, suas famílias eram amigas desde sempre, tendo por diversas ocasiões quando crianças Artur e Flora passado férias ora em uma propriedade ora em outra, o amor dos dois foi constituído desde jovens e sempre abençoado pelas famílias.
Flora uma jovem fascinante, inteligente e contraditoriamente devota, quase beata, seguia os passos da mãe que a ensinava como ser uma boa esposa e boa mãe para os futuros filhos que ela teria com Artur, muito ligada às tradições religiosas a família Evans presava por uma educação católica rígida a sua única filha.
Artur não via a hora de se casar com sua amada noiva e a data já estava marcada, seria no dia de São Tomaz de Aquino, ao fim do mês de janeiro, faltavam menos de dois meses para o casamento e todos na propriedade dos Patton só comentavam disso, a festa seria na propriedade de Lorde Theodore, que convenceu seu amigo Filipe Evans que sua casa comportaria com mais conforto todos os convidados que viriam ao casamento.
Toda essa movimentação para a jovem Meredith era um momento entediante e frustrante momento em sua vida, ela e Artur também eram amigos desde crianças, cresceram juntos e por varias vezes brincaram e correram pelos grandes campos que rodeavam a casa dos Patton, Artur a via como uma irmã mais nova, tendo a garota passe livre para todas as dependências da casa, ela não trabalhava para a família como seus pais e quase se considerava alguém da família, secretamente ela nutria um amor por Artur, ela achava que Flora não o merecia, era uma garota rica e mimada que não fazia ideia da vida dele, que só ficaria dando ordens a criadagem e se aproveitando da boa vida que a casa lhe proporcionaria.
Por varias vezes ela lançou indiretas sobre Artur para que tentar “abrir os olhos” dele sobre Flora, mas era em vão, ele estava apaixonado por ela e não dava importância às coisas que ela dizia, ele apenas dizia a ela por repetidas vezes:
—Meredith, não seja ciumenta! Sei que se preocupa comigo, mas Flora é um amor, ela cuidará bem de mim.
Essa fala passiva de Artur deixava a moça com mais ódio, e ela sabia que com essa estratégia não conseguiria dissuadi-lo da ideia de se casar com Flora.
Mas nada vinha a sua mente, nada de substancial, ela precisava de um plano perfeito, que parecesse natural, obra do acaso, do destino, e ela já estava ficando sem tempo para isso.
Artur estava tão cego por Flora que até as sutis investidas de Meredith não eram percebidas, uma vez a garota literalmente se jogou na cama de Artur dizendo que tinha tido um pesadelo, pediu para que ele a deixasse dormir no quarto com ele, pois estava apavorada e ele como um bom cavalheiro lhe cedeu sua cama, dormindo no chão.
Sua frustração era tamanha que ela não conseguia acreditar que tais coisas aconteciam, ela uma garota linda, que deixava qualquer homem de boca aberta, que já tinha dito não a diversos pretendentes, alguns inclusive da alta sociedade, não conseguia entender por que Artur a rejeitava daquela maneira, Flora apesar de ser uma garota bonita não se comparava aos atributos de Meredith que em um concurso de beleza em que as duas participassem deixaria certamente sua concorrente em uma colocação muito inferior.
Mas o coração não se pauta apenas por beleza e atributos físicos e isso Meredith não conseguia compreender, por muitas vezes ela amaldiçoou Flora por tomar dela seu amor.
O dia do casamento dos dois finalmente chegou e o descontentamento de Meredith era visível, sendo repreendida algumas vezes por sua mãe, que dizia que ela estava gerando mal estar em alguns convidados, no momento em que o padre disse a famosa frase:
—Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.
Ela se levantou e deixou a cerimonia com os olhos cheios de lagrimas se trancou em seu quarto e ninguém mais a viu durante todo o evento, ela conseguia ouvir os sorrisos e a reverberação das vozes felizes com a união das duas famílias, aquelas pessoas que para ela afogavam seus sonhos de amor e de uma família feliz, mas celebravam a união de uma usurpadora com seu amado Artur, ela chorava alto e lançava palavras amaldiçoando a união deles.
Agora aquela mulher odiosa seria senhora da casa, e com certeza ela tornaria a vida de todos um inferno, com sua cara enojada ela deixaria toda a criadagem a seus pés.
Além da sua própria situação, ela sem duvidas não deixaria que ela tivesse mais a liberdade que ela detinha na residência dos Patton, certamente ela a enfiaria num cubículo qualquer se sentindo ameaçada pela sua beleza e pela amizade que teria com Artur.
Nos primeiros dias após Artur e Flora retornarem de quinze dias de lua de mel em Paris, a nova dona da residência se mostrou totalmente o contrario do que Meredith imaginava, a moça se mostrava amável e educada com todos, conquistou rapidamente a todos da casa inclusive a simpatia de seus pais.
Meredith também recebera um tratamento cortês de Flora, continuava com todas as regalias oferecidas por Theodore e seu filho Artur, a nova dona da casa sempre dizia a ela que o marido a tinha como irmã e ela a querida como melhor amiga.
A moça exercia toda sua falsidade e paciência tendo de suportar as longas conversas que Flora tinha com ela, segundo a nova Sra. Patton que tinha poucas amigas em Liverpool ali tinha a liberdade de conversar com quem quisesse com o aval do marido, para ela Meredith era a pessoa mais indicada para uma amizade saudável, eram quase da mesma idade e a proximidade dela com a família já era um aval de que ela era uma boa pessoa.
A irritação de Meredith com a presença de Flora só crescia e sempre que ela presencia algum ato de carinho entre o casal era como se levasse um soco no estômago, crises de choro constantes e uma depressão que já se abatia sobre ela pelo coração partido, seu desespero era grande, pensou em ir embora dali, e até mesmo em suicídio.
Mas um fato inesperado interrompeu por um momento a frustração da garota, Lorde Theodore que tinha uma saúde solida, poucas vezes tinha tido enfermo, mesmo seus ferimentos de guerra tinham uma recuperação rápida, no entanto em uma noite logo após o jantar ele sentiu uma forte dor de cabeça desmaiando minutos depois antes de subir as escadas para ir para seu quarto, Artur correu para socorrer seu pai, diante daquela cena que ele jamais tinha visto, com ajuda dos empregados eles carregaram o já desacordado Theodore para o quarto enquanto eles chamavam o médico da família.
Continua..................................
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