MEREDITH, BELEZA, INVEJA E MALDADE.....PARTE 2

Dr. Francis Harris, tinha servido com Theodore em diversas missões pelo exercito inglês era o médico particular do patriarca dos Patton há vários anos.  Ele partiu com a rapidez que a tecnologia da época permitia, o medico que residia a cerca de vinte e cinco quilômetros da residência, levou cerca de uma hora e meia para estar junto ao velho amigo.
—Meu caro Artur, lamento dizer isso, mas meu amigo de décadas não pode mais ser salvo pela medicina – disse o medico com profundo pesar nas palavras – Pelo que tudo indica ele sofreu um derrame cerebral, fiz todos os exames e ele não teve reação. Creio que seja melhor que providencie um padre para dar-lhe a extrema unção, não sei precisar quanto tempo ele ainda tem, me perdoe.
Artur desesperado não conseguia aceitar a morte iminente de seu pai, ele não estava preparado para perdê-lo, precisava ainda de o pai lhe auxiliar em diversos assuntos que ele não se sentia capaz de enfrentar, além de ser um farol moral para ele.
Ao ver o médico descer as escadas com semblante triste os empregados que estavam todos a beira da escada preocupados, foram abordados pelo filho com a noticia triste que acabava de receber.
—Meus caros amigos, meu pai está em estado muito grave, peço a todos suas orações por ele, somente um milagre poderia salva-lo.
A tristeza tomou conta do ambiente, todos ali amavam lorde Patton, um homem que sempre respeitou todos e os tratou com dignidade coisa que há época era muito raro, seus empregados o veneravam. Enquanto todos ali deixavam o ambiente tristes com a má noticia, Vitoria mãe de Meredith chamou Artur para uma conversa.
—Meu querido! Entendo que sua situação é muito complicada e que o médico desacreditou seu pai, mas acho que eu conheço uma pessoa que pode ajudar Lorde Theodore.
—Do que está falando Vitoria? Meu pai infelizmente teve um derrame, ele mal respira inclusive o Dr. Francis pediu para chamar o padre para lhe dar a extrema unção. – concluiu Artur com lágrimas nos olhos.
—Perto do rio Irwell em uma cabana, lá mora uma curandeira que me ajudou quando Meredith nasceu ela esteve muito doente e quase a perdemos, assim como seu pai ela estava desacreditada pela medicina e ela a ajudou.
—Está me dizendo para recorrer à bruxaria? Meu pai nunca aceitaria isso Vitoria, entendo sua preocupação, mas se deus acha que é a hora dele, nós devemos respeitar isso!
—Como quiser Sr. Artur, mas se você mudar de ideia me procure – disse Vitoria com um abraço apertado no garoto que ali estava tentando se permanecer forte.
Ao canto meio escondida prestando atenção na conversa entre sua mãe e Artur, Meredith se viu intrigada com a historia que ouvira a pouco, quando jovem tinha sido curada por uma bruxa, ela já tinha ouvido falar dessa mulher, todos na região conheciam a fama dela, e as historias que a rodeavam eram um tanto quanto perturbadoras.
Daí rapidamente veio uma ideia em sua mente: “Será que essa bruxa pode me ajudar a conquistar Artur?” Ela que não tinha muitas ideias e aflita por uma solução que colocasse fim em seu sofrimento de ver seu amado nas mãos de outra mulher imaginou logo que esse era um recurso plenamente plausível.
Rapidamente Meredith se decidiu e resolveu que ao amanhecer pegaria um cavalo no estabulo sem que seu pai percebesse e cavalgaria até a margem do rio em que a bruxa Elvira residia, todos nas redondezas a temiam, ela era muito requisitada para retirar bebês bastardos de poderosos que não podiam se comprometer com serviçais ou com prostitutas, diziam que ela ficava com os fetos arrancados do útero das mães para usar como ingredientes para suas magias.
Ao fim de uma noite mal dormida que trouxe vários pesadelos a garota, ela precisava levantar antes do pai para pegar um cavalo sem que ele a cobrisse de perguntas às quais ela não tinha resposta, e assim o fez levantou de seu quarto antes que todos da casa acordassem, caminhou vagarosamente até o estabulo e selou seu cavalo favorito, animal que já estava acostumado com ela.
A garota partiu rumo à casa de Elvira a galope pelas escuras estradas que levavam a propriedade dos Patton, era uma cavalgada de cerca de duas horas e o dia já havia amanhecido quando Meredith avistou a cabana de Elvira, um lugar estranho, cheio de peles de animais pendurados em torno da casa, e com diversos símbolos estranhos entalhados pelas arvores, ela teve a vontade imediata de voltar assim que avistou aquela macabra cabana que parecia ainda mais sombria com a neblina que subia pelo rio tonando a visão do lugar turfa e o ambiente ainda mais hostil. Seu cavalo estava nervoso, titubeando em seguir em frente, amedrontado com a atmosfera dali.
—Se veio até aqui Meredith é por tem algo que seu deus não consegue resolver – disse a mulher logo ao seu lado – Venha não tenha medo, já te ajudei uma vez!
Meredith quase caiu do cavalo com o susto que Elvira tinha causado, ela tinha aparecido repentinamente sem que ela tivesse percebido e seu cavalo depois de ouvir a voz da mulher se acalmou estranhamente.
—Como sabe meu nome? Nunca vi a senhora na vida!
—Seu olhar não mudou nada desde que você era um bebê, impossível me esquecer do desespero de sua mãe quando a trouxe a mim para salva-la – disse Elvira acariciando o cavalo de Meredith – Entre minha querida e me conte por que está aqui!
Já dentro da cabana ela pode ver o quão estranha era a mulher que a recepcionava, sua casa era um completo mar de horrores conforme descrito pelos populares, potes enormes com animais mortos dentro, grandes instrumentos que pareciam médicos, porem muitos eram feitos de ferro, outros de madeira, livros grandes livro negros com símbolos estranhos em suas capas de couro, um cenário de terror que ela jamais esqueceria.
—Não se surpreenda com meus brinquedos minha jovem, eles não fazem mal a você, vamos me conte o que quer? Estou curiosa com essa visita ilustre a minha casa – disse a bruxa enquanto tomava uma caneca de chá
—Quero somente o que me pertence Elvira! – respondeu Meredith com firmeza – Aquela mulher tomou o que era meu e agora eu quero de volta!
—Me deixa adivinhar!? – disse a bruxa sorrindo - Você queria se casar com aquele bonitão filho do Theodore? E ele escolheu uma menina rica e bem nascida para ser sua esposa? Você é uma garota muito inocente Meredith, homens são todos iguais!
—Ele se apaixonou por aquela mulher que finge ser boazinha com todos, mas ela é uma cobra, eu sei disso – respondeu Meredith com raiva – Mas me diga você pode ou não me ajudar?
—Bom infelizmente eu não posso fazer nada para lhe ajudar – disse Elvira enquanto alimentava um filhote de águia real que ela tinha salvado de uma raposa – Meus dons são muito pessoais, não possuo força para destruir o amor existente entre duas pessoas, eu curo e retiro os males que me trazem em troca de algo que eu possa usar oferecer a meu mestre!
—Então eu perdi meu tempo vindo aqui! – concluiu Meredith – Poderia ter me dito isso lá fora! Me pouparia dessa visão terrível de dentro dessa cabana!
—Eu disse que eu não poderia ajuda-la, mas eu conheço alguém que pode! – respondeu a bruxa agora já inquietantemente próxima a ela – Você foi tocada por ele quando bebê talvez ele a ouça e possa lhe ajudar em sua empreitada, mas eu já a aviso ele vai te pedir um grande preço para te ajudar, só o procure caso você tenha certeza do que quer! Pois depois que estiver na presença dele, será um caminho sem volta, ele não aceita ser invocado em vão!
Sem pestanejar Meredith logo respondeu:
—Me diga como chama-lo! Eu não consigo mais ver Artur com aquela mulher! Faço qualquer coisa para tê-lo para mim!
Então Elvira foi até um armário próximo a cozinha e buscou um grande livro marrom com a capa de madeira e um símbolo estranho na capa.

—Esse é o livro para a invocação de Asmodeus o representante da luxuria ele te guiará a seus desejos, mas como eu te disse tome cuidado com o que irá pedir, demônios são seres traiçoeiros e nunca saem em desvantagem!
Meredith apanhou o livro e o guardou em uma bolsa de couro dada por Elvira, não disse mais uma palavra, saiu e montou seu cavalo rumo a sua casa, já tinha se passado algumas horas e seus pais com certeza já sentiam sua falta, ainda mais ela tendo saído tão cedo e pegado um cavalo sem avisar a ninguém, no caminho ela pensaria numa história convincente para contar.


CONTINUA..........

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